quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Geomarketing: o que você ganha com isso

Por Bruno Mello, do Mundo do Marketing
Muitas vezes, o Marketing é acusado de ser o vilão em histórias de fracassos de empresas. O problema, na maioria dos casos, está na falta de estudos que balizem as ações e os projetos realizados. É neste contexto que se insere o Geomarketing, uma ferramenta desenvolvida para, basicamente, determinar o potencial de consumo de uma região e de implantação de uma nova marca. Há diversas outras ferramentas que devem ser utilizadas para obter o retorno sobre o investimento desejado, cada qual com sua especialidade. Atualmente, o Geomarketing tem atuado principalmente para ajudar nas estratégias de expansão de redes varejistas.
Setores que também se destacam na utilização da ferramenta são os de telecomunicações, financeiro, imobiliário e turismo. Mas, de forma geral, todos podem se beneficiar com o Geomarketing, também conhecido como Georreferenciamento. Empresas de consumo massivo encontram no conceito uma forma de saber em que tipo de varejo apostar mais fichas e onde o produto tem maior penetração. O estudo pode ser aplicado na produção, na estratégia de relacionamento, na abertura de lojas, na parceria com grandes marcas e até como forma de medir o retorno das ações de Marketing.
O conceito é uma forma de segmentar geograficamente, encontrando perfis específicos de consumidores em determinadas regiões com diferenças comportamentais, culturais, sócio-econômicas, religiosas, entre outras. O Geomarketing é, portanto, essencial para que as companhias enxerguem o seu público-alvo em potencial antes de abrir um novo ponto de venda ou de lançar um produto em determina região.
Estratégia com base na geografiaVeja o exemplo do Pão de Açúcar. A marca principal do Grupo é direcionada para o consumidor que busca alta qualidade, atendimento diferenciado, diversificação selecionada, além de soluções eficientes e inovadoras. Por outro lado, a bandeira Compre Bem/Sendas identifica-se com a mulher batalhadora, de orçamento restrito, que gerencia o lar, e o supermercado geralmente está localizado nas periferias. Já o Hipermercado Extra oferece variedade a preços competitivos em diversas regiões de uma mesma cidade, enquanto o Extra-Eletro é especializado em eletroeletrônicos, móveis e itens de bazar. Há ainda o Extra-Fácil e o Extra-Perto, que são supermercados de fácil acesso para atender bairros específicos, além da marca Assai, cujo foco são pequenos varejistas e atacadistas.
Outra empresa que não viveria sem o Geomarketing é a Domino’s Pizza. Eles usam o conceito para poder tangibilizar o posicionamento: “Entrega em 30 minutos ou a pizza é de graça”. A rede norte-americana, que foi adquirida pelo Grupo Umbria em 2004 no Brasil e ganhou espaço no Rio de Janeiro, agora tem como foco a expansão no mercado paulistano. De acordo com um estudo de Geomarketing do Umbria, a cidade oferece 51 regiões com potencial para a Domino's. Hoje com três lojas em atividade e quatro em obras em São Paulo, o Grupo busca implementar a marca com a característica do estado, como a massa “paulista” – mais fina que a tradicional – adaptando assim o mix de produtos para o consumidor local.
Como a missão da empresa é conseguir entregar pizzas quentinhas em até 30 minutos, estar no trânsito caótico da maior cidade da América Latina é um desafio a mais. Por isso, os pontos de venda são escolhidos com base no Golden Mile, um formato de medida americana, para atender os domicílios presentes em um raio de 1,6 km. Desde o layout da loja, até a linha de produção, tudo é feito neste raio que abrange cerca de 20 mil casas. Este número poderia até parecer tímido não fosse a contribuição que o Geomarketing dá ao indicar o potencial de consumo de milhares de residências juntas.
Definição do localEntender cada segmentação serve como ponto de partida para o lançamento e desenvolvimento de produtos e de novas lojas. Descobrir qual região é a mais adequada para um teste de determinado produto, serviço ou ponto de venda, por exemplo, varia de acordo com o objetivo de cada empresa. Ao contrário do que muitos pensam, não é possível estabelecer uma cidade-teste. Apesar de municípios como Curitiba serem associados a modelos de avaliação, é necessário selecionar cidades que tenham a ver com a estratégia da marca.
Os mais indicados são lugares onde representem o máximo possível o público-alvo que a companhia deseja atingir. E é aqui que entra o Geomarketing, indicando estes locais. A função do Geomarketing é descobrir cidades que sejam representativas para o negócio. Por isso ele é importante dentro da estratégia de O Boticário. Das 2840 lojas, 68% estão localizadas em ruas. Só elas correspondem a 55% do faturamento do grupo. Os shoppings são os endereços de 15% dos pontos de venda, que representam 30% da receita da marca que abre, em média, 200 lojas por ano. O restante está em centros comerciais e afins.
As diferenças regionais fizeram o projeto de expansão da empresa dividir o Brasil em três grupos. Os municípios onde não havia lojas, os que possuem poucos pontos de venda e as grandes cidades. Para cada modelo, a companhia dispõe de 40 consultores que avaliam os espaços e dão o aval para o início do projeto de construção de uma nova loja. Depois de verificar o potencial destas regiões, a rede se baseia em um sistema de filtros estatísticos que avalia a renda média dos habitantes da região, o seu potencial de mercado, o custo por metro quadrado e o retorno para o franqueado.
Formatos de lojasApesar de parecer mais fácil, dos grandes municípios brasileiros avaliados no processo de expansão, apenas 60% deles ofereceram reais condições de efetivar a expansão da rede. “Abrir novas lojas, relocalizar, ampliar os pontos de venda e padronizar a arquitetura são movimentos feitos ao mesmo tempo. Demanda ferramentas de gestão. Por isso criamos o Sistema de Gerenciamento de Processos Construtivos”, aponta Osvaldo Braga Moscon, Gerente Executivo de Canais de Vendas de O Boticário.
O planejamento de expansão das lojas teve forte crescimento no faturamento dos pontos de venda de rua. Em algumas delas, a movimentação de consumidores é maior do que qualquer shopping poderia ter. "O número de pessoas que entra nas lojas de rua O Boticário é menor do que nos shoppings. As lojas de rua têm menor capacidade de captar, mas tem um índice de conversão maior do que o dos shoppings”, diz Moscon.
O comércio de rua atrai principalmente os consumidores que residem próximos a ele. O tempo máximo de deslocamento que o cliente suporta para chegar ao local de compras é de até 15 minutos, segundo um estudo interno da companhia. A diferença dos shoppings é que a população flutuante não mora perto, mas trabalha próxima destes centros ou estão de passagem pela região por um motivo qualquer. Para fazer disso uma oportunidade, O Boticário investe em Geomarketing, fazendo o cruzamento de dados como a renda média dos consumidores da região e o número da população flutuante do pólo.
Raio X da regiãoPara escolher os locais ideais para abertura ou reforma das lojas, a empresa estuda a densidade do comércio daquela região, o número de pontos comerciais e até a correlação dos segmentos de outras lojas com os produtos O Boticário. A origem e o destino dos consumidores que entram nas lojas de rua também fizeram parte do estudo que validou a expansão da marca de cosméticos. “Uns saíram de casa para comprar, outros estavam voltando do trabalho. Ao compararmos as lojas de rua com as de shopping, de supermercados e as de galerias, verificamos que 50% dos que passavam por ela efetuaram uma compra”, conta o Gerente Executivo de Canais de Vendas do Boticário.
Em um processo de relocalização, O Boticário transferiu uma loja de rua para outro logradouro na mesma região, já que a fachada era obstruída por uma árvore. No novo endereço, o número de pessoas dobrou e, consequentemente, aumentou a receita da loja. Em uma outra ocasião, uma simples mudança de uma rua para outra fez com que o trânsito de consumidores passasse de 200 para 600 pessoas a cada hora. Tudo isso, graças ao Geomarketing.

* com reportagem de Sylvia de Sá e Thiago Terra

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mercado aquecido obriga shoppings a se expandirem


Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing


Impulsionados pelo crescimento do varejo, os shopping centers vivem um bom momento no Brasil. Com expectativa de crescimento de 15% nas vendas este ano, o setor já registrou um aumento de 13,75% nos primeiros oito meses de 2010. Em 2009, o mercado faturou R$ 71 bilhões. De olho no bom desempenho, grupos como BR Malls, Aliansce, Ancar e Iguatemi investem em expansão e em novos empreendimentos. Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), mais de 20 shoppings serão inaugurados no Brasil até 2012. O conforto, a praticidade e a segurança dos centros comerciais atraem os consumidores e levam as empresas a investirem em serviços para concentrar o máximo de possibilidades num só lugar e atrair o consumidor.É o caso do Shopping Nova América, do Grupo Ancar. Localizado na zona norte do Rio de Janeiro, o empreendimento receberá R$ 250 milhões dos R$ 640 milhões que a companhia destinará para expansão até novembro de 2012. Ao lado do Nova América, outros dois shoppings serão ampliados e um quarto será construído em Campinas, São Paulo.Nova América deve dobrar de tamanhoCom um crescimento de 18% nas vendas de seus 16 shoppings em 2010, o Ancar garantiu um faturamento de R$ 3,5 bilhões até agosto e espera fechar o ano em R$ 7 bilhões. Em seu portfólio, o grupo conta com empreendimentos como Rio Design Barra e Leblon, no Rio de Janeiro, e os shoppings Eldorado e Metro Itaquera, em São Paulo.O plano de expansão do Nova América (foto) prevê que o shopping dobre de tamanho, com mais três torres comerciais com 914 salas e 12 lojas corporativas, para empresas maiores. O shopping, que já conta uma uma unidade da Universidade Estácio de Sá e a área comercial da White Martins, receberá ainda duas torres de estacionamento e uma academia, para proporcionar a tão valorizada comodidade ao cliente.O espaço de lojas também crescerá, com três novas âncoras: Renner, Riachuelo e uma terceira em negociação. Os outros dois shoppings que serão ampliados pelo grupo são o Rio Design Barra, na zona oeste da capital fluminense, e o Center Vale Shopping, em São José dos Campos, São Paulo. Cada expansão custará cerca de R$ 50 milhões.Iguatemi inaugura seis shoppins até 2011O Rio Design Barra, voltado para o público AB, ganhará novos restaurantes e terá seu cinema reformado, com salas vips e cadeiras mais amplas. Já o centro comercial de São José dos Campos contará com 100 novas lojas. O Grupo Iguatemi também acredita na expansão para aquecer o setor. A companhia, que conta com 14 empreendimentos, espera chegar a 20 até 2013.Somente no segundo semestre de 2010, o lucro líquido cresceu 57,6%, chegando a R$ 34,7 milhões e as vendas aumentaram 16,4% em relação ao mesmo período de 2009. Para crescer ainda mais, a empresa investiu R$ 654 milhões na inauguração e no desenvolvimento dos shoppings Iguatemi Brasília, Iguatemi Jundiaí, Iguatemi Ribeirão Preto, Iguatemi Alphaville e JK Iguatemi.A estratégia inclui ainda a expansão do Praia de Belas, em Porto Alegre. A primeira fase do projeto foi inaugurada em julho e ampliou a área do shopping em 1240m². Já o Iguatemi São Paulo, primeiro shopping inaugurado no Brasil, em 1966, pode se orgulhar de ser o 11º metro quadrado mais caro entre as principais áreas de comércio do mundo, segundo o ranking da agência imobiliária internacional Cushman & Wakefield. Iguatemi SP é o 11º metro quadrado mais caro do mundoCustando US$ 360,00 (cerca de R$ 630,00), o espaço do centro de compras paulista é mais caro que qualquer outra locação comercial entre os mercados emergentes. Ao longo dos quase 44 anos, o Iguatemi São Paulo também conseguiu construir uma marca forte. O empreendimento (foto) é o único shopping a aparecer na lista das 50 marcas mais valiosas, da consultoria BrandAnalytcs, garantindo a 42ª posição na última edição do ranking.“Esse é o reconhecimento de um trabalho de muitos anos. O Iguatemi é o primeiro shopping brasileiro e conseguiu se manter com pioneirismo e vanguarda. Tudo o que fazemos é para proporcionar uma experiência única, o que é nossa premissa”, diz Fábio Kow, Gerente Geral do Iguatemi São Paulo, em entrevista ao Mundo do Marketing.O shopping aposta em serviços diferenciados como personal shopper, fraldário e concierge, que dá dicas de restaurantes, hotéis e lazer em geral aos clientes. Outro diferencial do Iguatemi é o conjunto de marcas de peso que ele abriga. Nos corredores, os consumidores encontram lojas de grifes como Tiffany & Co., Salvatore Ferragamo, Louis Vuitton, Gucci e Christian Louboutin. A partir do fim de outubro, será também a vez da Chanel.Fashion Mall inicia reposicionamentoNa mesma linha que o Iguatemi SP aparece o carioca Fashion Mall, com foco nos consumidores AB. O shopping de 28 anos passa por um reposicionamento para revitalizar tanto o espaço físico quanto a marca. A mudança começa pelo slogan. O empreendimento deixa de usar o “Shopping & Charme e você” para adotar apenas “Fashion Mall – Rio de Janeiro”. A iniciativa pretende aproximar a imagem da marca Fashion Mall (foto) ao lifestyle carioca e inclui também uma reforma na arquitetura, com a inserção de elementos que lembram a cidade. “A partir do momento em que o Fashion Mall vira destino nacional para marcas internacionais é importante trazer o conceito do Rio. Queremos implantar bastante da natureza carioca, a partir do paisagismo, das cores e da decoração”, conta Carlos Frederico Youssef, Superintendente do Fashion Mall, em entrevista ao Mundo do Marketing.Pertencente ao BR Malls, o Fashion Mall é um dos 35 empreendimentos operados pelo grupo, que viu sua receita bruta crescer 340,7% desde 2006, atingindo R$ 429,1 milhões em 2009, a partir, principalmente, das aquisições que expandiram a base de aluguel.Shoppings saem do eixo Rio-SPO aquecimento do setor, que conta hoje com 397 shoppings no país, segundo dados da Abrasce, também indica um crescimento do número de shoppings fora do eixo Rio-São Paulo. Pensando nisso, a Aliansce se prepara para inaugurar empreendimentos em Belo Horizonte, Maceió e Belém, e ainda desenvolve projetos de expansão para o Carioca Shopping, o Boulevard Shopping Campina Grande, o Iguatemi Salvador e o Bangu Shopping.As vendas dos shoppings da companhia tiveramum crescimento de 24,2% no segundo trimestre deste ano, enquanto o lucro líquido expandiu 134,4% comparado ao mesmo período de 2009, alcançando R$ 16,3 milhões. Explorar novos mercados é praticamente uma necessidade para o setor no Brasil.“Há crescimento fora das capitais, vemos cidades médias tendo o segundo e até o terceiro shopping. Na medida em que as cidades menores tiverem densidade econômica, terão estrutura para abrir um shopping, podendo inclusive atender aos consumidores de cidades próximas”, explica Antônio Carlos Ruótolo, Diretor de Geonegócios do IBOPE Inteligência, em entrevista ao Mundo do Marketing.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Novos caminhos para o profissional de Marketing

Recém-formado, diploma de Markeitng na mão e... o que fazer? Como está o mercado? Quais as áreas mais indicadas? O que é indispensável hoje para o sucesso na carreira do Marketing? Inglês fluente, espanhol básico já não são os diferenciais apesar de terem ainda grande importância para os novos profissionais de Marketing. Mas nenhuma língua fala mais alto do que a especialização e a busca pelo pensamento produtivo.
A menina dos olhos dos alunos da ESPM-SP é o Marketing de busca e o esportivo, assuntos sempre bem posicionados no ranking dos cargos mais cobiçados pelos estudantes. Ultimamente, cresce a demanda por Trade Marketing, a negociação entre o varejista e as marcas, departamento que anda carente nas escolas que formam os novos profissionais de Marketing. A ESPM-SP criou esta especialização em sua grade para fazer com que o profissional entenda que o Trade não é só varejo.No cenário atual, os profissionais de Marketing adquirem experiências diferentes em empresas de grande, médio e pequeno porte, mas de igual importância. Seja pela estrutura organizada das multinacionais que oferecem a prática do que foi aprendido em sala, ou pela experiência de atuar em todas as frentes de uma estratégia de Marketing sem grandes verbas de uma pequena empresa, o certo é que o Marketing continua encantando alunos e profissionais a cada formatura.Cada vez mais conhecimento“O Marketing não é mais o filho feio dentro da organização. Hoje é a esperança da empresa de aparecer para o mercado”, define Marcelo Guedes (foto), Chefe do Departamento de Marketing da ESPM-RJ, em entrevista ao Mundo do Marketing. Diante deste cenário, a responsabilidade do profissional desta área aumenta. “O grande desafio é entender que o mercado está cada vez mais especializado. As empresas sabem da importância do Marketing e, por isso, cobram mais deste profissional”, afirma Guedes.Saber como agir no mercado requer experiência, mas a maioria dos profissionais recém-formados não a possui. Porém, existem outras questões que fazem a diferença na escolha do novo ocupante da cadeira de Marketing: conhecimento. “É indispensável para a formação do profissional de Marketing estar antenado na empresa para a qual trabalhará e no panorama mundial. É preciso enxergar a empresa, o mercado, a macroeconomia e o consumidor final”, ensina Joseph Teperman, Headhunter de Marketing da Michael Page, em entrevista ao Mundo do Marketing.Gostar de atuar no Marketing também deixou de ser um diferencial competitivo no setor. Não adianta adorar a disciplina e não saber em qual área trabalhar. Por isso, a recomendação é que, desde cedo, os alunos precisam investir em cursos, workshops e eventos que os direcionem para o caminho a seguir. “Estamos na década dos eventos. Da gestão do entretenimento. Aposto no Marketing de serviços, cultural, esportivo e gestão de marcas. Esses caminhos estão crescendo com cursos e treinamentos no mundo todo”, aponta Marcelo Guedes, da ESPM-RJ.Grande X pequenasSe no decorrer do curso as dúvidas são muitas, com o diploma na mão elas parecem se multiplicar. Pequenas e grandes empresas podem acrescentar de maneiras diferentes na experiência de cada um. Na grande empresa, o papel deste profissional será sempre menor que nas pequenas companhias. “A grande serve como uma pós-graduação para ele porque o departamento de Marketing estará funcionando redondo. Já nas pequenas, o ex-aluno terá a aplicabilidade do que aprendeu na escola e, em alguns casos, criam-se revoluções no dia a dia dela”, acredita Marcelo D’Emídio, Chefe do Departamento de Marketing da ESPM-SP, em entrevista ao site.De uma forma ou de outra, a experiência adquirida será importante na formação dos novos profissionais de Markerting. Tanto a pequena quanto a grande empresa tem sempre algum conteúdo propício que vai ajudar na formação profissional do colaborador. Porém, cabe ao recém-formado saber tirar proveito. “Nas pequenas empresas, ele terá mais dificuldade para crescimetno que em uma grande empresa, que ainda tem condições de proporcionar treinamentos para ajudar na formação”, afirma Edmundo Monteiro, Vice-presidente da Ampro (Associação de Marketing Promocional) ao portal.Nas grandes organizações a estrutura sempre será citada como um chamariz para a formação do profissional de Marketing. “Apesar disso, é possível que o recém-formado fique frustrado por não poder se envolver em mais assuntos relacionados ao Marketing, como as pequenas permitem. Lá existe uma liberdade de ação, o aprendizado é maior, mas menos estruturado”, conta Teperman (foto), da Michael Page.Dificuldades, dica e cenário competitivoMesmo diante de um novo cenário, as prinicipais dificuldades encontradas pelos novos profissionais de Marketing são as mesmas. Ainda é preciso convencer os donos de empresas a fazerem o investimento que ele acredita ser o ideal sem falar da rotineira dificiuldade em mensurar o retorno sobre o investimento. Este é outro ponto que normalmente frustra os novos diretores e gerentes de Marketing, já que, sem as garantias de retorno, a verba não será concedida.Uma das iniciativas que pode evitar tropeços no mundo corporativo, principalmente para os que acabam de chegar ao mercado de trabalho, é o interesse. É fato de que o candidato precisa se destacar de alguma forma e, às vezes, uma formação sólida abre portas, mas não as mantém abertas. “A dica para todo candidato a uma vaga de Marketing é, ao fazer a entrevista, demonstrar interesse pela empresa com pesquisa antes. É importante ele mostrar que sabe onde está, quem é a empresa, o que ela faz e se tem referências publicadas nos ultimos meses. Sem saber essas coisas, o candidato mostra falta de interesse”, aconselha Jorge Martins (foto), especialista em recrutamento na Divisão de Marketing e Vendas da Robert Half, em entrevista ao Mundo do Marketing.Considerando que 30% dos alunos de graduação que saíram da ESPM-SP há cinco anos estão atualmente trabalhando na área de Marketing, nota-se a demanda do mercado por mais do que especialização e experiência. “Para ser um grande profissional é preciso leitura, trabalho árduo, ser um maestro de ações, polivalente, conhecer o mercado de forma ampla, ser proativo e enfrentar o risco. Essa é a grande receita”, completa Marcelo Guedes, Chefe da área de Marketing da ESPM-RJ. Isso, só para comerçar.

Por Thiago Terra, do Mundo do Marketing