quarta-feira, 20 de abril de 2011

Chevrolet faz 100 anos e aposta em segmentação de mercado









A Chevrolet completa o seu centenário em 2011. Para celebrar a data, a marca – há 86 anos no Brasil – foca, principalmente, em dar sequência ao lançamento de modelos que atendam às particularidades de cada tipo de consumidor, como fez com o superesportivo Camaro (foto), em 2010.
A estratégia tem como objetivo manter o bom desempenho da operação brasileira, que hoje ocupa a terceira posição no ranking global da GM, perdendo apenas para China e Estados Unidos. No último ano, foram vendidos 657.724 veículos da Chevrolet no Brasil, um crescimento de 10,4% em relação a 2009, quando foram comercializadas 595.525 unidades.
No período de 2008 a 2012, a GM prevê investimentos de mais de R$ 5 bilhões no país. O planejamento inclui a renovação de toda a linha de veículos Chevrolet, expansão e modernização das fábricas que já existem e a construção de uma nova unidade fabril de motores, em Joinville, Santa Catarina.
Recorde de vendas em 2010Atualmente, a marca conta com 20 modelos: Celta, Classic, Prisma, Corsa hatchback, Corsa sedã, Agile (foto), Astra hatchback, Astra sedã, Vectra sedã, Vectra GT, Omega, Malibu, Camaro, Meriva, Zafira, Blazer, Captiva, Montana, S10 Cabine Simples e S10 Cabine Dupla. O portfólio foi um dos principais responsáveis pelo recorde obtido em dezembro de 2010.
No período, a Chevrolet registrou seu melhor desempenho mensal, com 71.070 unidades vendidas. O resultado superou a marca anterior, de março do mesmo ano, quando foram comercializadas 70.040 unidades. A estratégia para colocar novos produtos no mercado segue um padrão. A montadora não lança menos de dois ou três modelos por ano, mas também não ultrapassa os seis lançamentos.
“O lançamento depende do carro e do público-alvo. Existem carros focados num grupo mais restringido de consumidores, como é o caso do Camaro, que atende a necessidade de quem procura um veículo com pegada esportiva”, explica Gustavo Colossi, Diretor de Marketing da GM no Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Inovação e lançamentosOs 100 anos da Chevrolet no mundo, assim como as mais de oito décadas no mercado nacional, foram marcados pela inovação. A companhia fundada em 1911, em Detroit, nos Estados Unidos, pelo piloto de corrida Louis Chevrolet e por William Durant, nasceu com a preocupação de criar carros que tivessem a missão de inovar e atender à necessidade da maioria dos consumidores norte-americanos.
O primeiro modelo da marca, o Serie C Classic 6, oferecia um motor de partida e faróis elétricos em uma época em que a tecnologia era raridade na maioria dos carros. Nas décadas seguintes, a empresa manteve o grau de inovação, levando para seus modelos elementos como sistemas de injeção de combustível, freios antiblocantes e controle eletrônico de estabilidade.
Um século depois, a Chevrolet continua preocupada em inovar, com a fabricação de modelos como o Volt, lançado em 2010, nos Estados Unidos. O carro é um veículo elétrico produzido em massa com autonomia estendida que permite rodar até 600 quilômetros. Em 2011, o novo Sonic chega à América do Norte com o objetivo de se tornar um concorrente do Ford New Fiesta. Já no próximo ano será a vez do Spark (foto abaixo), de olho no segmento crescente de veículos menores.
Pioneirismo no Marketing DigitalA estratégia de lançamentos da Chevrolet visa posicionar sua linha dentro de uma faixa mais ampla e diversificada de clientes. “Com um mercado cada vez mais competitivo, os consumidores ficam mais informados e exigentes. Lançamos carros que atendam necessidades de grupos específicos, como o Captiva (SUV esportivo que chegou ao Brasil em 2008)”, conta Colossi.
Para isso, a empresa busca entender os consumidores brasileiros e trabalhar em diferentes áreas, segundo seus valores. O foco é representado pelo conceito “Conte Comigo”, que permeia toda a comunicação da marca. A compreensão sobre as diferenças entre os públicos atingidos pela Chevrolet também aparece na estratégia de Marketing da montadora.
Há três anos, a marca foi pioneira ao criar a primeira campanha 100% digital para um carro, no lançamento do Prisma. Na época, o objetivo era alcançar um grupo seleto de consumidores, que se tornariam “advogados” da marca Prisma. Agora, de olho na expansão do modelo, a versão 2012 terá uma comunicação mais abrangente, em mídias tradicionais.
Outra preocupação constante quando o assunto é Marketing é o relacionamento com os clientes. Desde o SAC até o atendimento mecânico especializado, tudo é estruturado visando a satisfação dos consumidores. Recentemente, a montadora lançou o Sistema de Atendimento e Serviço, que permite que o cliente seja atendido com hora marcada, enquanto o mecânico explica cada passo do procedimento. Um carro vendido a cada 7 segundosA capacidade de se renovar e a preocupação em estar sempre próxima do consumidor permitiram que a marca permanecesse viva, ainda que em momentos de crise econômica, como a que abateu o mercado mundial em 2009, afetando gigantes do automobilismo como a própria GM, além de empresas como Ford e Chrysler, todas nascidas em Detroit.
“Desde a sua criação, a Chevrolet começou a ser vendida fora do mercado norte-americano. Isso fez com que a força e o posicionamento não tenham estado em posição crítica mesmo durante a crise. A marca saiu fortalecida porque continua grande na maioria dos mercados da América do Sul”, acredita o Diretor de Marketing da GM.
Distante do cenário de crise, hoje, um Chevrolet é vendido a cada sete segundos no mundo. Anualmente, cerca de 3,5 milhões de veículos são comercializados em mais de 130 países, o que dá à montadora a posição de quarta maior marca global do segmento. O destaque da América Latina neste contexto levou, inclusive, à criação da GM América do Sul. “A estratégia de Marketing dos países sul-americanos é a mais bem-sucedida no mundo inteiro. Não basta ser líder de mercado, importa também o quão forte é a marca e a confiança que o consumidor deposita nela”, diz Colossi.


Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pepsi troca gasto com publicidade por incentivo a projetos socioambientais


Professores excelentes para crianças. A proposta era da “Teach for America”, grupo de recém-formados que ensina alunos americanos. A meta: treinar 4,5 mil novos profissionais e maximizar o impacto do trabalho em comunidades carentes. O segundo lugar na preferência de internautas rendeu US$ 250 mil.No Iowa, centro-oeste dos Estados Unidos, camisetas se transformam em sacolas reutilizáveis. O trabalho é da costureira Nancy Nelson. A filha dela, de 8 anos, propôs que o dinheiro obtido com as vendas fosse utilizado em projetos para salvar animais. Em quarto lugar, elas receberam US$ 5 mil.Essas duas causas foram premiadas pelo projeto “Pepsi Refresh Project”. Com ele, a Pepsi distribui ao longo do ano mais de US$ 20 milhões em projetos que se dividem em seis categorias, entre elas saúde, meio ambiente e educação. Todo mês, o projeto recebe mil ideias e, no mês seguinte, pede votos para as melhores, que recebem o financiamento. E, com o auxílio de canais como Facebook e Twitter, a campanha cresce. Envolvimento consistente dos públicosO dinheiro aplicado seria empregado em publicidade tradicional, incluindo a do Super Bowl, final da temporada da liga de futebol americano que gera volumosa quantia em anúncios dos patrocinadores. No entanto, a marca optou por adotar uma nova estratégia de comunicação junto a seus consumidores.O jornal The New York Times noticiou que a iniciativa corresponderia ao chamado marketing “pró-social”, no qual as empresas justificam seus discursos com benefícios à sociedade. De acordo com o diretor da empresa Lee Clow, o objetivo era desenvolver um mecanismo para que jovens criassem ideias para melhorar o mundo, o que se tornaria parte do comportamento global da Pepsi.O vazamento de óleo no Golfo do México representou uma oportunidade para a Pepsi colocar em prática mais uma atitude. Foi lançada uma edição especial do projeto “Do Good for the Gulf”, em que, até o fim de setembro, 32 sugestões de iniciativas para o combate ao desastre ambiental serão beneficiadas com mais US$ 1,3 milhão.Uma expressão legítima da marca Na avaliação de Carlos Frederico Lucio, coordenador da ESPM Social, a atitude merece destaque porque, ao contrário do que ocorre em outras campanhas, as doações não estão vinculadas às vendas. Não é o tipo de campanha em que o consumidor tem de comprar o produto e a renda obtida com a venda é revertida em benefício. A Pepsi envolve os consumidores na definição e debate de ideias e, assim, inova.Além disso, ele lembra que sustentabilidade tem a ver com a preservação do planeta e também dos sistemas econômicos e sociais já consolidados, ou seja, com a vida das pessoas. Isto é uma tendência. Um projeto que demonstra preocupação efetiva com um problema sério e busca soluções práticas pode representar uma ação consistente.Segundo a Pepsi, faz parte da identidade da empresa querer estar no centro de grandes mudanças culturais. A companhia acredita que há milhares de pessoas com potencial para mudar as comunidades e quer ser um catalisador para torná-las realidade. O “Pepsi Refresh Project” é a evolução de uma plataforma lançada no ano passado, de apelo às pessoas para que pensem e falem sobre “refrescar” o mundo.Seis meses depois do lançamento do site http://www.refresheverything.com/, a gigante do setor de bebidas comemora a marca de quase 160 projetos beneficiados com mais de US$ 6,5 milhões. Até agora, foram 5 mil sugestões postadas e 39 milhões de votos registrados. Apesar do resultado, não há previsão para que outros dos 200 países em que ela atua, incluindo o Brasil, adotem a mesma estratégia.* Esta reportagem foi publicada originalmente no portal Com:Atitude, da Edelman Significa, e agora no Mundo do Marketing de acordo com parceria que os dois portais mantêm.


Por Com:Atitude, do Mundo do Marketing