sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Liderança empreendedora: a competência mais escassa no momento


De acordo com Stephen Covey, autor do best seller Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, "Liderança é um conceito misterioso e ilusório. O que lemos como sendo história é, na realidade, a criação de mitos. De uma pessoa comum, a sociedade cria um Napoleão ou um Gandhi, um Martin Luther King ou uma Joana D'Arc, alguém que adquire o status de ser capaz de moldar o destino."
O que faz uma pessoa comum se tornar um líder de verdade? O que faz um líder se tornar empreendedor? O que faz um empreendedor se tornar líder? Todos os empreendedores são líderes? Todos os líderes são, por natureza, empreendedores?
Se perguntarmos a definição de líder para vários homens de negócios, teremos diferentes respostas: líderes são motivadores, entusiastas e carismáticos; líderes estabelecem metas e objetivos; líderes criam uma missão e uma visão; líderes influenciam pessoas e gerações; líderes estabelecem novas culturas; líderes são perseguidores implacáveis de metas, e assim por diante.
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(imagem: Shutterstock)

Por outro lado, se a pergunta for "o que os líderes devem fazer?", é provável que a única resposta seja: o papel do líder nos negócios é extrair os melhores resultados da sua equipe. Embora seja um conceito ainda mal compreendido e adotado de maneira equivocada, a liderança tornou-se uma característica indispensável no mundo dos negócios.
Em artigos, vídeos e palestras, muitos tentam associar Bill Gates, Lee Iaccoca, Winston Churchill, Jack Welch, Antonio Ermírio de Moraes, Henry Ford, Akio Moirta e outras personalidades ao espírito de liderança, o que não me parece totalmente equivocado, mas, o fato de alguém adotar suas qualidades, na tentativa de se tornar um líder como eles, não garante a sua transformação em líder absoluto.
Aliás, para James Collins e Jerry I. Porras, autores do best seller Feitas para Durar, muitos líderes cultuados nos dias de hoje não eram nada carismáticos no comando de suas empresas. É o caso de Soichiro Honda, Masaru Ibuka (Sony), Paul Galvin (Motorola) William McNight (3M) e do próprio Jack Welch (GE).
Welch cresceu na GE, era um produto da GE, entretanto, a GE era uma empresa próspera muito antes de Welch assumir o comando e continua sendo depois dele, sob o comando do seu sucessor, Jeffrey Immelt. Welch não foi o único CEO excelente da GE. Segundo Collins e Porras, o papel de Welch não foi insignificante, mas, foi apenas um pedacinho de toda a história da empresa.
A principal característica em comum de todos esses líderes era o foco, segundo os autores. As evidências sugerem que as pessoas mais importantes nas etapas de formação das empresas de sucesso estavam mais voltadas para a organização, independentemente do estilo pessoal de liderança de cada um. Todos os líderes mencionados eram obstinados e excelentes arquitetos, ou seja, formadores de equipes e criadores de ferramentas adequadas para cada situação.
Ausência da liderança não é sinônimo de fracasso. Vejamos o exemplo da Apple que, durante mais de dez anos, sob o comando de Steve Jobs, cresceu de maneira admirável. Jobs era ótimo na criação, obcecado por qualidade e design, mas isso não o impediu de ser demitido da própria empresa aos trinta e um anos de idade. Para alguns, um péssimo líder, para outros, um empreendedor nato.
Apesar de tudo, a liderança é uma competência-chave no sucesso das organizações, principalmente quando você concorre num mercado onde a diferença de preço é a única vantagem percebida pelo cliente. Nesse caso, a liderança faz toda diferença, motivo pelo qual é necessário entender minimamente os seus princípios.
Quer você seja empreendedor, quer não, vale a pena resgatar algumas definições dos principais gurus da administração moderna, cujo resumo está disponível no meu livro Manual do Empreendedor (Atlas), mas, compartilhada aqui para facilitar o seu trabalho. Na prática, você vai precisar mais do que a simples leitura dos conceitos.

Liderança...

1) É a decisão de sair das trevas. Somente alguém capaz de ter sabedoria em meio ao caos será lembrado como grande líder (Deepak Chopra).
2) É a arte de se relacionar construtivamente com outras pessoas e conseguir que se mobilizem para atingir determinados objetivos comuns (Emiliano Gómez).
3) É a capacidade de reconhecer as habilidades especiais e as limitações dos outros, associada à capacidade de introduzir cada um dentro do serviço que desempenhará melhor (Hanz Finzel).
4) É a capacidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter (James Hunter).
5) É um processo de influenciar pessoas (Ken Blanchard).
6) É a capacidade de facilitar o aprendizado dos indivíduos e das equipes (Peter Senge).
7) É um processo conjunto de descoberta (Tom Peters).
Liderança é uma qualidade a ser adquirida. As pessoas anseiam por reconhecimento e um propósito de vida. Se o empreendedor conseguir ajudá-las a entender essa necessidade, por meio de produtos admiráveis e com o trabalho de pessoas ainda mais admiráveis, certamente estará influenciando seu modo de pensar e agir. Por consequência, os resultados serão os melhores possíveis para o seu próprio negócio e para a sociedade.
Pense nisso, torne-se um líder empreendedor e seja feliz!
Fonte:http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/lideranca-empreendedora-a-competencia-mais-escassa-no-momento/67321/

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Os segredos de gestão do Blue Man Group


Fundado em Nova York em 1987, o Blue Man Group é hoje um dos mais bem-sucedidos exemplos de economia criativa no mundo. Seus shows são vistos por 60 mil pessoas por semana, gerando uma receita de US$ 3,54 milhões. Além das performances ao vivo, lançaram CDs, abriram uma escola e fizeram parcerias na área de publicidade. Em entrevista à revista Fortune, os fundadores Matt Goldman, 51, Phil Stanton, 52, and Chris Wink, 51, contaram quais foram suas estratégias para criar e expandir a empresa.
1. Invente um conceito original 
Os amigos Phil, Chris e Matt frequentavam shows performáticos em Nova York quando tiveram a ideia de criar seu próprio espetáculo, baseado em um único personagem, o Blue Man, ou Homem Azul. Esse personagem seria ao mesmo tempo um herói e um homem comum, com quem o público pudesse se identificar. O primeiro show, no Central Park, recebeu o título de Funeral dos Anos 80: em determinado momento, eles colocavam fogo em ícones da década, como um boneco do Rambo. O empreendedor não precisa criar algo do zero: vale se inspirar no que já existe, desde que ele imprima um traço original à sua criação.

2. Trabalhe duro, mesmo sem retorno 
No início de carreira, os três amigos dividiam todas as tarefas. Para dar conta da criação, produção e performance em diferentes cidades, trabalhavam 14 horas por dia, todos os dias, sem descanso. Nos primeiros meses, os shows deram prejuízo, mas eles foram em frente mesmo assim. Não desanime se tiver que executar mil tarefas ao mesmo tempo, e o lucro for escasso: se seu plano de negócio for sólido, o retorno virá..

3. Controle o seu destino, mas saiba delegar 
Em 1991, os três amigos assinaram um contrato com dois produtores, que detiveram os direitos sobre o grupo por três anos. Para recuperar o controle sobre as atividades, em 1993 fundaram a Blue Man Productions. Cuidar dos negócios e das performances sozinhos seria impossível. Por isso, passaram a contratar atores para encarnar o Blue Man, e criaram um método de ensino para isso. Esse movimento deu escala ao grupo. É importante delegar tarefas para a empresa crescer, mas sem perder o controle da operação.

4. Diversifique, mas com critério 
Além de levar o show para diferentes partes do planeta, os integrantes do Blue Man criaram novos produtos: idealizaram um show de rock para espaços maiores, lançaram CDs, escreveram trilhas sonoras para filmes. Para manter tudo sob controle, nomearam diretores associados, encarregados de garantir a qualidade de todos os produtos. Enquanto isso, os fundadores se concentram em criar novos produtos e fazer o negócio crescer. Durante a expansão, é importante ter gerentes de confiança, para que o líder possa se dedicar à estratégia.

5. Nunca pare de criar 
Os integrantes do Blue Man Group sabem que são donos de uma marca forte, conhecida no mundo inteiro. Mas sabem também que precisam continuar diversificando para atingir o próximo nível. Agora, planejam levar a marca para outras mídias – TV, internet e cinema estão nos planos.

6. Reconheça suas forças e fraquezas 
Em todas as fases da sua carreira, os três fundadores sentaram e analisaram quais eram os riscos reais de cada nova proposta, e só foram em frente quando sentiram que davam conta da tarefa. Para conseguir isso, foi fundamental unir os talentos de cada um dos três fundadores: em qualquer empresa, é importante que a equipe seja ser formada por pessoas com diferentes capacidades.

7. Converse com a equipe 
Durante sua trajetória, muitas vezes os membros tiveram opiniões diferentes sobre os passos seguintes. Para eles, o que vale é o consenso. Sempre que discordam, sentam e conversam até chegarem a um acordo. Dentro do grupo, dizem, não há celebridades. O que vale é mesmo o trabalho em equipe.