terça-feira, 16 de outubro de 2012

Brincadeira que dá lucro


Um prédio discreto e sem nome na fachada no bairro da Lapa, em São Paulo, é a sede da importadora e fabricante de brinquedosLong Jump. Entre jogos, pelúcias e artigos de papelaria, a empresa, fundada em 1998, trabalha hoje com mais de 400 itens no portfólio e atende cerca de 4.000 pontos de venda no Brasil. A expectativa é crescer 15% neste ano em relação a 2011. 


A aposta é no licenciamento de marcas, com personagens da Disney, como Toy Story, Princesas, turma do Mickey e do ursinho Pooh, e outros desenhos animados, como Hello Kitty, Ben 10, Bob Esponja e Backyardigans. 



No começo – Fundada em 1998, a empresa foi concebida para atuar no mercado de equipamentos de fitness. “Eu praticava atletismo e queríamos importar esteiras e aparelhos de ginástica”, diz Luiz Fiorini, diretor comercial e um dos sócios da empresa. Mas uma oportunidade logo nos primeiros seis meses de negócio fez com que os empreendedores mudassem de foco. 



Com um investimento inicial de US$ 1 milhão, a empresa decidiu apostar na importação de câmeras fotográficas dos personagens da Looney Tunes - Piu-piu, Pernalonga e Taz Mania faziam sucesso na década de 1990. A partir daí, os sócios decidiram deixar os aparelhos de ginástica de lado para investir no segmento infantil. Da área, restou apenas o nome (Long Jump quer dizer salto em distância). 



Dificuldades com o câmbio – O negócio ia bem, mas, em 1999, veio o primeiro revés. Com a desvalorização do real frente ao dólar, a empresa sofreu o primeiro baque financeiro. “A gente quase desistiu do negócio”, conta Wagner Lefort, diretor administrativo e também sócio do negócio. Sérgio Epstein, que cuida das finanças da empresa, também faz parte da sociedade. 



A alternativa para atravessar o momento pouco favorável para a importação foi apostar em produtos mais baratos, com baixo valor agregado, que chegassem a um preço competitivo às lojas brasileiras. 



Produção nacional – Em 2006, depois de um período com o real desvalorizado e grande crescimento nas vendas, a Long Jump decidiu apostar na fabricação nacional para reduzir a exposição às oscilações do câmbio. Com um investimento de R$ 3 milhões, a empresa comprou uma fábrica própria – hoje dedicada à produção de bichos de pelúcia. “É mais seguro manter os dois tipos de operação”, diz Fiorini. 



São cerca de 210 funcionários diretos trabalhando na produção de bichinhos com licença Disney. Hoje, o setor responde por 40% do faturamento e caminha para representar a metade até o final do ano. 



Aposta em tendências – Segundo Fiorini, o mercado de brinquedos é muito dinâmico e baseado em apostas. “Você precisa escolher o produto e apostar em uma tendência. Além disso, precisa acertar as quantidades”, diz o diretor comercial. Por ano, a Long Jump lança 100 novos produtos. 



Para isso, os sócios viajam pelo menos duas vezes para a China em busca de tendências e fornecedores. As feiras nos Estados Unidos também fazem parte da agenda dos empreendedores. A aposta da empresa para 2013, por exemplo, já foi decidida há mais de um ano: as Tartarugas Ninjas devem voltar à tona. 



Nessa dinâmica, alguns sucessos podem passar despercebidos. “O criador da Galinha Pintadinha esteve aqui com um boneco debaixo do braço, mas não achamos que ia decolar”, diz Fiorini. A criação de Marcos Luporini e Juliano Prado se tornaria, depois, um fenômeno entre as crianças no Brasil. 



Mercado – Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq), a projeção para este Dia da Criança é um aumento nas vendas de 14% em relação a 2011. Para o ano, a expectativa é que as vendas da indústria para o varejo atinjam R$ 3,944 bilhões – um aumento de 14% em relação ao ano anterior. A produção nacional deverá responder por 60% dessas vendas, e 40% serão de produtos importados. 

FONTE:http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI321336-17180,00-BRINCADEIRA+QUE+DA+LUCRO.html